quarta-feira, 27 de maio de 2015

A Noite de um Mendigo

                           
                             De cobertor de celulose,
Na madrugada de cada dia,
Com papelão sob a cabeça,
Que causa dor na minha espinha,
Cada noite eu vou vivendo,
Como se fosse o ultimo dia.

Na hora de ruminar os fatos,
Relembro com grande pesar,
E busco a misericórdia,
Com a esperança de encontrar.

Mas os fatos não se alteram,
Os monstros continuam lá,
Sentir no intimo da alma,
A frieza do seu olhar.

O vento toca o meu rosto,
E o corpo geme e diz: Aí
Vozes ameaçam na noite,
Com lança-chamas no olhar.

Bem longe eu ouço um gemido,
Suplicando por um lugar,
É a sirene da ambulância,
Correndo pra vida salvar. 

Essa sinfonia noturna,
Sem regente é o sonífero,
Que provoca e embala o sono,
Na noite de um mendigo.

Onde é que eu estou?
Aqui não é o meu lugar!
Fito os olhos nas estrelas,
Procurando encontrar,
A casa da misericórdia,
Para eu poder mudar pra lá.

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