Qualquer semelhança é mera
coincidência.
O dia seguia sua rotina normal sem nada que chamasse a
atenção das pessoas que estavam na praça que fica em frente do palácio onde se
reúnem as autoridades de alto escalão do governo. Os aposentados jogavam dama,
crianças brincando nos balanços vigiados pelos pais, o pipoqueiro, o vendedor
de algodão doce, o vendedor de cachorro quente, os namorados e outras pessoas
que estavam sentadas nos bancos da praça tranqüilas por ser um lugar muito bem
limpo e bem seguro. Até então estava tudo dentro da normalidade.
De repente aconteceu algo que chamou a atenção de
todos que se encontravam na praça. Vários carros pararam em frente da praça em
seguida desceram varias pessoas muito bem vestidas falando um idioma que
ninguém entendia e ficaram olhando para o palácio como se estivesse esperando
sair alguém para conversar.
Eles olhavam de um lado para o outro conversando entre
se até que um deles se afastou das demais pessoas e se dirigiu ao pipoqueiro e
disse: Boa tarde! O homem respondeu dizendo: Boa! Ele perguntou você viu se
saiu algum carro de dentro do palácio enquanto você estava aqui? Respondeu o
pipoqueiro: Só o ascensor.
E o homem bem vestido perguntou: como é que você sabe
que essa pessoa é um assessor porque um assessor é uma pessoa que auxilia é um
conselheiro como é que você sendo um pipoqueiro conhece uma pessoa do alto
escalão do governo? Porque ele é gente boa de vez em quando ele passa aqui na
praça porque ali do outro lado tem um restaurante cinco estrelas e ele gosta de
almoçar lá.
Agora quanto a ser pipoqueiro não quer dizer nada você
também parece ser uma pessoa de alto escalão do governo e está aqui na praça
conversando comigo. Ele disse é verdade. Daqui a pouco ele vai passar por aqui
para ir almoçar disse o pipoqueiro. O homem bem vestido sorriu e disse: você
poderia nos ajudar falou apontando para a comitiva que estava conversando entre
se enquanto aguardava a volta dele.
O homem perguntou o que vocês desejam? Já que você o
conhece mesmo sendo de vista da pra você abordá-lo e dizer que somos de um país
estrangeiro e que gostaríamos de conversar com ele e se possível almoçarmos
juntos? O homem respondeu: sem problema eu posso ajudar vocês. O estrangeiro
sorriu e pegou uma nota de cem dólares e deu ao pipoqueiro que agradeceu.
Em seguida o
estrangeiro se dirigiu aos demais companheiros que o aguardavam sorrindo e
disse: bom! Acho que já dei um jeito de entramos no palácio. Seus conterrâneos
disseram: como você conseguiu isso conversando com um pipoqueiro? Ai é que ta!
Ele me disse que um dos assessores do palácio passa por aqui de vez em quando
porque do outro lado da praça tem um restaurante cinco estrelas que ele gosta
de almoçar lá.
Sim e daí? Dei uma gorjeta pra ele e pedir pra ele
intermediar o nosso encontro, ou seja, nos apresentar ao assessor. Um deles
disse: você ta maluco! Onde já se viu um negocio desse da certo ainda mais tendo
como intermediário um pipoqueiro. Outro do mesmo grupo defendeu o fato ocorrido
e disse:
Meu amigo isso é o que temos de concreto já que viemos
em um lugar que fechou as portas para nós eles não querem nos receber, portanto
qualquer oportunidade que nos leve a ser ouvidos é valida. Em fim todos
concordaram. Assim que o relógio marcou meio dia em ponto surgiu um homem muito
bem vestido com um terno melhor do que o dos estrangeiros que estavam aguardando
ele próximo dos seus carros.
Ele atravessou a rua e passou pelo meio da praça se
dirigindo na direção do restaurante ao ver o pipoqueiro acenou para ele e assim
que ele se aproximou o pipoqueiro o chamou e disse: quero falar com você! Em seguida ficou falando com ele por algum
tempo e apontou para a comitiva que estava observando tudo a distancia. Depois de
uma conversa que durou em torno de uns dez minutos o pipoqueiro acenou para os
estrangeiros e os chamou e apresentou o ascensor. Logo após se identificarem um
a um o ascensor se apresentou como Franklin e foram almoçar. Após o ascensor
saber o que eles queriam ele disse: eu conheço todo mundo do mais alto escalão
até o pessoal que faz a manutenção.
Eles disseram: ótimo! Queremos apenas conversar com
alguém do médio escalão. Sem problema eu agendo vocês fiquem tranquilos. Mas
pra quando vai ser isso? Pra amanhã respondeu Franklin. Amanhã está ótimo. Em
seguida Franklin falou: só que isso não vai ficar de graça não. Como assim? Eu
quero cinco mil dólares de recompensa pra fazer o que vocês querem. Eles se
olharam entre se e um deles disse:
Fazer o que!
Não podemos voltar de mãos vazia senão vai ser vergonhoso. Então amanha às dez
e meia espero vocês aqui na praça com o dinheiro e em seguida ele disse: só um
de vocês vai entrar comigo os outros ficaram esperando aqui fora. Outra coisa! Quero
o dinheiro antes da gente entrar, certo? Certo! To fazendo isso porque a fama
de vocês não é nada boa. Disse o ascensor.
No dia seguinte Franklin estava na praça ansioso
aguardando os estrangeiros com o dinheiro no valor que foi combinado. Logo
assim que eles chegaram Franklin foi logo direto no assunto perguntando pelo
dinheiro. Um deles entregou uma bolsa com o valor combinado após receber e
conferir o dinheiro Franklin disse:
Apenas um vai comigo os outros vão esperar até que
sejam chamados ok! Quando chegaram à recepção o estrangeiro apresentou o
documento fez o reconhecimento facial, mas antes de passar pela roleta o
recepcionista perguntou: É esse o homem? Sim disse Franklin! Cadê o uniforme
dele? Franklin respondeu: ele é o chefe ele veio avaliar a situação depois os
outros virão.
Assim que
passaram pela recepção um carro parou próximo deles e chamou o Franklin e disse:
entra ai no carro precisamos ver uma situação emergencial agora. Franklin olhou
para um lado e para o outro e viu o responsável que se vestia semelhante a ele
que era o responsável pelo setor que seria mostrado ao estrangeiro. Chamou o
homem e disse: leve ele ao local indicado. O homem perguntou a Franklin é esse
o homem? Sim!
Em seguida Franklin entrou no carro e saiu deixando o
estrangeiro que foi conduzido pelo homem que tinha as vestes igual a do
Franklin. Enquanto se dirigia ao subsolo o estrangeiro perguntou: você também é
assessor? Ele disse sim. Ao chegarem ao subsolo o homem parou em frente ao
elevador e disse: Aí está ele é todo seu.
O estrangeiro disse: é meu o que? O elevador. O que eu
tenho a ver com o elevador? O Franklin disse que a sua empresa faz manutenção
de elevadores. Não eu combinei com ele pra me colocar em contato com uma
autoridade política. Vem cá! Disse o homem. Você acha que a gente é o que? Um
dos assessores do governo. Disse o estrangeiro!
Ta enganado meu amigo. Como assim meu amigo eu não te
conheço como é que você pode me chamar de meu amigo? Veja só que arrogância! Em
seguida o ascensorista perguntou: Se você é uma pessoa do alto escalão do
governo do seu país isso me leva a te fazer a seguinte pergunta: qual é a sua
formação? Fiz doutorado em direito.
Um doutor meus parabéns! Agora me explique como você
sendo doutor em direito pôde confundir assessor com ascensor uma coisa não tem
nada a ver com a outra. Nós somos ascensoristas e nos vestimos melhor do que
vocês porque nós somos de um país do primeiro mundo. E nós estávamos esperando
alguém para fazer a manutenção do elevador não um político. E o meu dinheiro? Perguntou
o estrangeiro.
Que dinheiro? O que eu dei pra Franklin. Sei lá isso é
entre você e ele. Em seguida o estrangeiro saiu cabisbaixo com o semblante
arrasado. Quando a comitiva que estava na praça aguardando o seu retorno do
palácio o viram saindo correram ao seu encontro e perguntaram:
E aí podemos entrar e conversar com o líder maior do
palácio? Foi então que ele contou tudo o que tinha acontecido e aquilo foi um
balde de água fria que acabou com a euforia de todos eles a ponto de um deles
dizer: É melhor voltarmos para casa. Outro revoltado disse: vou querer o nosso
dinheiro de volta. Nem pensar! Disse outro da comitiva.
Ta louco! Já pensou se eles descobrem que a gente
entrou subornando um dos empregados já estamos queimados ai é que a gente não
vai poder mais sair desse país. Já caímos no conto do vigário é melhor ir
embora. E todos concordaram e deixaram o país enquanto eles ainda podiam. Um
pouco depois o pipoqueiro e Franklin fizeram uma rachadinha com a grana do
golpe que aplicaram nas pessoas de alto escalão do governo estrangeiro.