Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador, Prepara no verão o seu pão; na sega ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Pv 6:6-9
São exatamente 15:30 minutos numa tarde muito quente
com uma temperatura ultrapassando os quarenta graus na cidade do Rio de Janeiro
em pleno mês de Janeiro. Um homem debruçado na janela do seu apartamento
escorrendo lagrimas pelo rosto tendo ao seu lado uma garrafa de bebida
alcoólica e uma arma para ser usada como instrumento da solução dos seus
problemas.
Ele é um homem sem vontade um homem auto suficiente
ele nunca ficou numa fila de banco, também nunca soube o que é andar num trem
lotado, nem tão pouco no metrô e nem nos ônibus, nunca ficou preso num engarrafamento na hora
do rush no centro da cidade o seu prédio tem heliporto ele sempre usa seu
helicóptero.
Quando é exigida a sua presença pra assinar algum
documento ele sempre usa uma procuração. O mundo para ele é pequeno porque
viajou por todos os lugares que se possa imaginar tanto é que ele fala cinco
idiomas fluentemente.
Também ele é um homem de mil mulheres sempre conseguiu
quem ele queria ele é um homem muito rico. Em contrapartida ele é um homem sem
fome sua geladeira nunca faltou nada, ou seja, ele é um homem sem vontade
porque ele provou de tudo até água ele bebe sem sentir sede o seu corpo não
reclama de nada sua auto suficiência matou as suas vontades agora ele se encontra
prestes a cometer um suicídio porque essa é a única vontade que ele tem de
tirar a sua própria vida.
Quando ele se preparava para pegar a sua arma eis que
surge em frente ao seu apartamento um homem simples empurrando um carrinho entre
os carros num calor de mais de quarenta graus. O simples homem carregava vários
sacos com papelão, garrafa PET e latinhas de refrigerante para vender. Essa era
a fonte que o simples homem tinha para levar o sustento da sua família.
De repente o homem simples parou o seu carrinho em frente
um caldo de cana. Enquanto isso o homem sem vontade observava o que aquele
homem ia fazer. Ele pediu um caldo de cana e um pastel e saboreou com gosto com
vontade ele se deliciava com aquele lanche satisfazendo o que o seu corpo pedia
ele simplesmente saciou a sua vontade.
O homem debruçado na janela simplesmente congelou
abandonou a arma e disse: é dessa vontade que eu preciso será que ele vende? O
homem da janela nunca fez nada sempre viveu na zona de conforto herdou toda a
sua fortuna dos seus pais que já morreram e ele é filho único.
Ele nunca sentiu o prazer que a gente tem quando
saboreamos um churrasco após enchermos uma laje, ou quando recebemos o salário
fruto do nosso trabalho do nosso suor após varias circunstancias que ocorre no
dia a dia antes da data do pagamento. Agora ele quer comprar o prazer e a
satisfação do trabalhador que se delicia com um caldo de cana num pequeno
intervalo até ele concluir sua jornada.
Então o homem sem vontade disse consigo mesmo: ele não
vai querer vender algo tão valioso, mas vou perguntar o que eu posso fazer para
sentir esse prazer que ele sente apenas com um caldo de cana. Desceu do
apartamento às pressas nem pegou os documentos nem o celular devido a euforia
que estava sentindo. Atravessou a rua e se aproximou do homem do carrinho e
perguntou a ele: o que é preciso fazer para ter uma satisfação semelhante a sua
quando estava comendo o pastel com o caldo de cana?
O homem olhou
para ele apontou o carrinho e disse: é só empurrar esse carrinho até o seu
destino. Ele disse: só isso? Só! Então ele perguntou: posso te ajudar? Claro!
Então aquele homem rico, educado e fino começou a empurrar o carrinho no meio
do transito engarrafado sendo humilhado, xingado e discriminado vivendo uma
situação jamais imaginada por ele.
Então o dono do carrinho vendo o esforço dele começou
a ajudá-lo a empurrar o carrinho. Quando ele disse: o que você está fazendo? Te
ajudando posso? Essa foi uma palavra que nunca existia no seu dia a dia porque
ele nunca dependeu de ninguém, mas na atual circunstancia ele aceitou a ajuda.
Concluíram o trajeto e venderam todo o material que estava no carrinho.
Quando o dono do carrinho recebeu o dinheiro foram
imediatamente na direção de um caldo de cana com pastel foi ai então que o
homem que tinha perdido a vontade voltou a senti-la e ele extravasou parecia um
pinto no lixo levando a todos que estavam ao seu derredor sorrirem.
No momento de pagar ele descobriu que estava sem
dinheiro o dono do carrinho pagou e em seguida entregou a ele a metade do
dinheiro arrecadado com a venda do material. Ele não aceitou no primeiro
momento. Foi quando o homem do
carrinho disse: isso é fruto do seu trabalho você me ajudou a carregar a carga
merece a metade todo trabalhador é digno do seu salário.
Ele pensou consigo mesmo e disse: Meu Deus jamais
poderia imaginar que o meu primeiro salário seria pago por um catador de
material reciclável. Ao se despedir do homem simples ele perguntou: posso
trabalhar amanhã de novo contigo? Sim pode! Só que amanhã eu começo às sete
horas saio catando nas lixeiras até ajuntar bastante depois levo pra vender se
você quiser vai ser assim.
Mas o homem que já tinha recuperado a vontade
confirmou que iria. Ao chegar à casa morto de cansado perguntou a empregada o
que é que a gente tem pra comer? Ela disse nada. Por que nada? Porque o senhor
sempre pede ao restaurante pra trazer minha função aqui é só manter a casa
limpa. O que temos na geladeira? Ela disse tudo. Ele disse então faça alguma
coisa porque eu estou morrendo de fome.
Após falar com a empregada se dirigiu ao banheiro e
foi tomar um banho então ele sentiu o prazer que sentimos quando tomamos um
banho após um dia duro de trabalho ele percebeu que as suas energias foram
restauradas. No outro dia ele cumpriu com o prometido se encontrou com o homem
simples que agora já o chamava de Roberto e trabalhou sob um sol escaldante
catando material reciclável pelas lixeiras da cidade.
Seu comportamento chamou a atenção dos seus amigos e
vizinhos que o via empurrando carrinho pela cidade muitos achavam que ele tinha
ficado louco. Após um mês nessa atividade ele lembrou que era formado em
administração então comprou um local amplo e usou o espaço para comprar
material reciclável colocou seu agora amigo Roberto como gerente e contratou
mais cinco funcionários para trabalhar.
O Roberto não entendendo o que estava acontecendo
perguntou: por que você está fazendo isso me colocando como gerente da sua
empresa? Porque você me acordou e salvou a minha vida. Em seguida
lhe deu um abraço e foram trabalhar.
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